A gestão participativa é um modelo de administração que promove a inclusão dos colaboradores no processo decisório da organização, buscando otimizar a motivação e o envolvimento dos indivíduos. Esse modelo tem se mostrado eficaz em diversas áreas, tanto na esfera pública quanto na privada, contribuindo para uma maior satisfação pessoal e profissional.
Contexto Histórico
O conceito de gestão participativa não é novo. Suas raízes podem ser encontradas em sociedades antigas, como a Atenas clássica, onde os cidadãos se reuniam na Ágora para discutir e decidir sobre questões da cidade. No entanto, a participação estava limitada a uma pequena parcela da população, excluindo mulheres, escravos e estrangeiros. O desenvolvimento teórico e metodológico da gestão participativa só ganhou força no século XX, vinculado inicialmente a instituições de fomento e extensão técnica rural, bem como à administração de empresas.
Gestão e Participação
O termo gestão remete à administração e decisão dos recursos de uma organização, enquanto participação refere-se ao envolvimento ativo dos indivíduos no processo decisório. Diversos teóricos, como Motta e Corlote, destacam que a participação eficaz em uma organização é obtida quando há um forte envolvimento da sociedade civil, criando oportunidades para que todos fluam em decisões que os afetam diretamente.
A Participação na Administração Pública
Nas teorias modernas de administração, a participação tem sido vista como uma solução para problemas como conflito social, insatisfação no trabalho e falta de agilidade nas informações. Experiências em países como Suécia, Inglaterra e Estados Unidos demonstraram que a administração participativa pode melhorar o desempenho organizacional. Segundo Chiavenato, a participação permite que a administração antecipe e gerencie conflitos, mantendo a eficácia organizacional.
Processo de Gestão Participativa
A gestão participativa deve ser entendida como um processo contínuo e dinâmico. Toro & Werneck destacam que a mobilização e o envolvimento dos indivíduos são essenciais para que a participação seja efetiva. Mobilização social é decidida coletivamente, implicando em uma ação diária com objetivos comuns e municipais. Participar é um ato de liberdade e decisão individual, que resulta em aprendizado coletivo e na capacidade de gerar soluções para problemas sociais maiores, como desemprego e violência.
Níveis de Gestão Participativa
Mendes define os níveis de gestão participativa como: controle cidadão, delegação de poder, parceria, pacificação, consulta e informação. Cada nível representa um grau de envolvimento e responsabilidade compartilhada entre grupos ou comunidades e as instituições públicas ou privadas envolvidas.
Informação
A informação é o nível mais básico e essencial para qualquer participação. Um grupo ou comunidade deve estar bem informado sobre os temas em questão para participar efetivamente. Comunicação ampla e compartilhamento de informações são fundamentais para a estabilidade de um processo de mobilização social.
Consulta
A consulta envolve a captação de opiniões e posições de um grupo ou comunidade sobre determinado assunto. Ela pode ocorrer por meio de grupos de discussão, onde as opiniões são ouvidas, registradas e sintetizadas. Esse processo ajuda no compartilhamento de informações e na construção coletiva do conhecimento.
Pacificação
Pacificação refere-se ao atendimento de demandas específicas de um grupo ou comunidade. Para ser efetiva, deve haver consulta e informação prévia sobre a situação, garantindo que as demandas verdadeiras sejam atendidas.
Parceria
A parceria é uma forma mais complexa de participação, onde grupo e governo ou instituições trabalham juntos no planejamento e execução de atividades de interesse comum, compartilhando responsabilidades e tarefas.
Delegação de Poder
Delegação de poder ocorre quando um grupo ou comunidade assume todas as responsabilidades e atribuições originalmente do governo ou instituição para realizar uma atividade específica. Esse nível pressupõe alta mobilização e organização comunitária.
Controle Cidadão
Controle cidadão é a atuação direta da sociedade em todas as áreas de interesse coletivo. Requer grande transparência, acesso à informação e espaços para debates. A sociedade civil participa diretamente na elaboração e acompanhamento de políticas públicas.
Considerações Finais
A gestão participativa tem um impacto significativo nos resultados das organizações, aumentando a motivação e o envolvimento dos indivíduos. A informação e a comunicação são fundamentais para manter a mobilização e garantir a participação efetiva. Diversas experiências ao redor do mundo têm demonstrado os benefícios desse modelo, tornando-o uma alternativa viável e eficiente para a administração pública e privada.
- Gestão participativa
- Administração pública
- Delegação de poder
- Controle cidadão
- Mobilização social